

Bio - jardim
BIO-Jardins
e Cabaz BIO-Jardim
Uma alternativa sustentável, oposta ao desenvolvimento industrial agrícola no Brasil
Já antes e durante os anos 70 anos, a industrialização da agricultura, e o vertiginoso aumento dos intermediários, interpelaram alguns segmentos da população.
Alguns grupos de produtores e consumidores aspiram a outro funcionamento que não seja simplesmente a lógica de um sistema baseado unicamente em aspectos econômicos e industriais.
Uma boa quantidade de pequenos agricultores, vêem na agricultura industrial, um modelo do passado, porque este se baseia apenas no progresso técnico e econômico, descuidando completamente qualquer projeto político, social ou cultural. Para esses homens e mulheres, a descentralização da produção agrícola pode ser portadora de um futuro realmente melhor.
A Soberania Alimentar que é a de fornecer e gerenciar comida local, para a população de uma determinada região, ajudaria a restaurar a agricultura para o seu papel como fornecedor dos alimentos de base e podendo mesmo desenvolver uma relativa autonomia no seio da sociedade global.
Mas a soberania alimentar e a agricultura local só podem existir e prosperar, se agricultores e consumidores se envolverem num projeto conjunto de sociedade.
Assim, os agricultores, os produtores, e os consumidores devem aspirar a uma outra forma de
agricultura. Eles querem reinventar outros sistemas de negociação que levem em conta
considerações de ordem social, regional e ambiental. Eles querem produtos alimentares que não sejam meras mercadorias, esvaziadas da sua representação social, e afastadas do seu lugar no meio-ambiente e da sua historia.
As grandes cadeias de distribuição alimentar apropriaram-se do espaço entre os produtores e consumidores. Não existe mais um só lugar para efetuar a discussão entre compradores e produtores. Não é mais possível poder manifestar o desejo de uns e de conhecer as dificuldades dos outros, de transmitir saberes.
Com a venda os produtos processados, o agro alimentar oferece a comida "pronto-a-boca"
como a indústria têxtil oferece pronto-a-vestir. A comida perdeu a sua alma, sua representação original.
Por tudo isso os núcleos agrícolas de produção alimentar da COOPAFQ pretendem cultivar uma serie de produtos diversificados para integrar o Cabaz BIO-Jardim
Os critérios de qualidade dos núcleos BIO-Jardins são baseados numa uma visão geral que inclui a produção, comercialização, respeito do meio ambiente e do ser humano assim como o desenvolvimento das relações diretas entre produtores e consumidores.
Para obter resultados satisfatórios torna-se necessário:
1. Oferecer produtos de qualidade;
2. Reforçar a relação de confiança entre produtores e consumidores;
3. Reforçar a consciência cooperativa entre produtores;
4. Promover a sustentabilidade econômica das explorações;
5. Reforçar a identidade da COOPAFQ;
6. Assegurar a sustentabilidade financeira dos núcleos de produção .
1.OFERECER PRODUTOS DE QUALIDADE
Produzir de forma sustentável Produzir com regularidade e diversidade. Zelar pelo bom acondicionamento dos produtos. Elaborar guias sobre a forma de cozinhar e conservar os alimentos.
2.REFORÇAR A RELAÇÃO DE CONFIANÇA ENTRE PRODUTORES E CONSUMIDORES.
Organizar visitas dos consumidores às explorações;
Criar condições mínimas de segurança e conforto na exploração;
Apelar à participação dos consumidores no planejamento da produção (por ocasião das visitas?).
Desenvolver formas de comunicação mais próximas (ao nível do núcleo) e interativas
(participação mais ativa de consumidores e produtores).
3.REFORÇAR A CONSCIÊNCIA COOPERATIVA ENTRE PRODUTORES
Participação de todos produtores no planejamento da produção e determinação de preços.
Envolver, sempre que possível, todos os produtores no processo de organização e distribuição
dos cabazes.
4.PROMOVER A SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA DAS EXPLORAÇÕES
Diversificar as atividades desenvolvidas na exploração.
Manter uma boa relação qualidade/preço. Reforçar a sensibilização dos consumidores para a importância da manutenção do compromisso da regularidade do abastecimento.
Sensibilizar os consumidores (no site, nas conversas informais, newsletters ) para a importância do preço justo ao produtor.
5.REFORÇAR A IDENTIDADE DA COOPAFQ
Promover o encontro entre produtores e consumidores.
Realçar também a importância dos consumidores nos canais de comunicação da COOPAFQ.
6.ASSEGURAR A SUSTENTABILIDADE DOS NÚCLEOS DE PRODUÇÃO
Criar mecanismos que paguem os custos de funcionamento mínimos do núcleo (comunicações, deslocações, divulgação, etc).